A EPIDEMIA SILENCIOSA DO SUÍCIDIO

No Brasil, são registrados cerca de dez mil suicídios a cada ano, sendo mais de um milhão de casos anuais em todo o mundo. Por isso, a Associação Brasileira de Psiquiatria, juntamente com o Conselho Federal de Medicina, organizam a campanha Setembro Amarelo, com foco no dia 10 deste mês, data que marca o dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Os altos números citados ressaltam a importância de discutir e desmistificar o tabu social que este problema ainda enfrenta: dos casos registrados de suicídio, 96,8% deles estavam relacionados a transtornos mentais, como a depressão e o transtorno bipolar. Entretanto, a tentativa de suicídio pode ocorrer entre pessoas de qualquer faixa etária, gênero ou classe social.

Os principais sinais

A grande parcela da sociedade enfrenta um dilema ao querer ajudar alguém que está enfrentando dificuldades, mas não saber como identificar os sinais ou como abordar a questão de forma adequada.

Primeiro, podemos ficar atentos a mudanças drásticas de comportamento, como o isolamento, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou trabalho, alterações no sono e frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer”.

Ao identificar algum destes fatores, o próximo passo é ouvir as questões do indivíduo de forma acolhedora e sem julgamentos, permitindo que ele desabafe sobre as questões mais profundas. Ao mesmo tempo, busque acompanhá-lo a um atendimento especializado, que possui as ferramentas adequadas para um tratamento eficaz.

Falar é a melhor solução

Se você está passando por um momento difícil e perceber que não consegue lidar com suas angústias sozinho, busque ajuda. O apoio profissional é importante e pode ajudar a superar fases difíceis ou indicar tratamentos efeitos – para isso, é fundamental falar.

Fundado em São Paulo no ano de 1962, o Centro de Valorização da Vida é uma das ONGs mais antigas do país e atua diretamente no apoio emocional e na prevenção ao suicídio, contando com certa de quatro mil voluntários em mais de 120 postos para prestar atendimento gratuito 24 horas por dia, nos 365 dias do ano.

De forma sigilosa, o voluntário do CVV busca ouvir aquele que liga com respeito, aceitação, confiança e compreensão. Após a implantação do telefone 188, são registradas cerca de 3 milhões de atendimentos anuais, que também podem ser realizados por chat, e-mail e pessoalmente. O CVV também realiza diversas atividades de conscientização, como palestras, caminhadas, distribuição de folhetos e iluminação de monumentos públicos.

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