Pior do que perder uma noite de sono por causa do zumbido do mosquito é ficar doente por causa da picada do inseto. Só no primeiro bimestre deste ano, o Brasil já registrou mais de 500 mil casos de dengue e, se o avanço da doença prosseguir, 2024 poderá ser o ano com o maior número de casos na história do país.

Porém, ainda que não evite o incômodo barulho provocado pelo mosquito, há uma novidade que vem em boa hora: desde o começo de fevereiro o Brasil é o primeiro país do mundo a distribuir a Qdenga©, uma vacina contra a dengue, na rede pública de saúde.

Com esquema composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas, a vacina contra a dengue é um imunizante tetravalente produzido a partir do vírus vivo enfraquecido. O objetivo é fortalecer o sistema imunológico que, uma vez já tendo contato com o organismo atenuado, aumenta as defesas do corpo. A primeira parte da imunização é destinada a crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária com o maior número de internações provocadas pela doença.

Para atuar de maneira firme e garantir maior segurança às regiões endêmicas, as primeiras vacinas serão disponibilizadas em 521 municípios de todo o país, com população igual ou maior a 100 mil habitantes e escolhidos a partir da alta incidência de casos nos últimos dez anos.

O registro da vacina foi aprovado no ano passado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após um estudo feito com mais de 28 mil pessoas comprovar a eficácia da substância. A Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologia (Conitec), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, também avaliou e aprovou o imunizante, passo necessário antes de sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Essa, porém, não é a primeira vacina contra a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Já há um outro imunizante aprovado, mas ele é contraindicado para quem não teve contato com o vírus e, por isso, não é ofertado pelo SUS.

O novo imunizante é mais amplo e segue apenas as mesmas regras de vacinas feitas a partir de vírus vivos, sendo contraindicado apenas para gestantes, lactantes e pessoas com imunodeficiência.

A boa novidade da vacina não pode interromper as formas de prevenção. Para evitar que o mosquito prolifere, é preciso permanecer atento a algumas medidas básicas de saneamento, limpeza e cuidados.

Manter caixas d’água bem fechadas, colocar areia nos vasos de planta e limpar bem calhas e bueiros são algumas das formas para impedir o acúmulo de água parada. O descarte de entulhos e lixo também deve ser feito de forma consciente, para reduzir os espaços de criadouro. E, claro, o repelente também segue como um poderoso aliado para evitar as indesejadas picadas do mosquito.

Caso tenha algum sintoma como febre alta, manchas vermelhas pelo corpo e dores musculares e nas articulações, procure um posto de saúde ou um médico. E evite a automedicação: remédios anticoagulantes, como a aspirina, não devem ser tomados.

Cuide-se!

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