GESTO DE SOLIDARIEDADE ULTRAPASSA OS LIMITES DA COVID

Quem nunca recebeu um pedido de doação de sangue para um amigo, um parente ou até mesmo para um desconhecido? Os bancos de sangue dos hospitais e hemocentros são acionados sempre que há a necessidade de atender um paciente com doenças hematológicas ou que precisam realizar uma cirurgia, seja ela eletiva ou de emergência.

Casos imprevisíveis, como acidentes de carro ou até mesmo pacientes baleados, exigem que os bancos de sangue estejam sempre abastecidos. Mas a realidade nem sempre é esta, principalmente em épocas de festas ou durante feriados prolongados, quando a demanda aumenta.

Outro fator que contribuiu para o desabastecimento dos hemocentros e bancos de hospitais é a Covid-19. Com o isolamento social, o número de doadores diminuiu drasticamente, obrigando governos e sociedade civil a se mobilizarem para evitar um colapso na saúde por conta da falta de bolsas.

Com o retorno, aos poucos, da rotina pós-pandemia, muita gente fica na dúvida se pode ou não doar, seja por ter contraído Covid, por temer uma diminuição da imunidade ou por ter se vacinado há pouco tempo. Segundo especialistas, a doação de sangue não traz riscos adicionais quanto à Covid e a perda de hemácias (células do sangue) não compromete a imunidade. Em relação aos vacinados, não há nenhum problema – basta aguardar um período que varia de acordo com o imunizante aplicado.

Aqueles que tomaram a Coronavac precisam esperar 48 horas antes de doar; já os que foram vacinados com Astrazeneca, Pfizer ou Janssen podem fazer a doação depois de sete dias. Já quem apresenta sintomas ou teve recentemente um resultado positivo para o coronavírus, deve aguardar 10 dias após estar completamente recuperado.

Dia do doador de sangue

O Dia mundial do doador de sangue é celebrado todo dia 14 de junho e foi instituído em homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as várias diferenças entre os tipos sanguíneos. Além de agradecer aos doadores, é uma data para conscientizar sobre a necessidade global de sangue seguro, além de sensibilizar para que novas pessoas procurem um dos 107 hemocentros espalhados pelo país para doar sangue, mantendo todos os estoques em níveis satisfatórios ao longo de todo o ano e não apenas em datas específicas.

Atualmente, cerca de 1,4% da população brasileira doa sangue. O percentual está dentro dos parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de que pelo menos 1% da população seja doadora.

Quem pode doar?

  • Pessoas entre 16 e 69 anos (para quem tem entre 16 e 18 anos é necessário ter consentimento dos responsáveis).
  • Pesar no mínimo 50kg e estar em bom estado de saúde, não ter ingerido bebidas alcoólicas nem cigarro nas 12 horas anteriores à doação. O candidato à doação não pode estar em jejum.
  • O intervalo mínimo entre doações deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.
  • Quem fez tatuagem ou colocou piercing deve aguardar seis meses para doar.

A doação de sangue deve ser 100% voluntária, altruísta e não remunerada (direta ou indiretamente), independentemente do parentesco. Uma única bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas. Seja doador. Procure o hemocentro mais próximo da sua casa e faça parte desta corrente do bem.

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