Uma boa notícia e outra nem tanto. Comecemos pela boa: a Anvisa aprovou uma vacina contra a dengue, a Qdenga. Os ensaios clínicos realizados demonstram uma eficácia de 80,2% contra a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Ela pode ser aplicada tanto em quem nunca foi contaminado quanto nas pessoas que já foram infectadas. Agora vem a ruim: a novidade estará disponível, nesse primeiro momento, apenas em laboratórios particulares, exigindo dos pacientes um desembolso nada desprezível, entre R$ 300 e R$ 500 por injeção. O SUS deve disponibilizá-lo em sua rede apenas daqui a um ano e meio.
E por que esse demora toda diante de uma doença grave e que já registrou, somente neste ano, 1,3 milhão de casos e mais de 600 mortes confirmadas? O Ministério da Saúde responde afirmando que o imunizante ainda precisa passar por análises de eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico. Outro aspecto é que o ministério pretende priorizar a produção nacional do medicamento. O Instituto Butantan está desenvolvendo, desde 2009, uma vacina contra a dengue, mas sem prazo de liberação. A pesquisa ainda não foi concluída pelo órgão paulista.
O tempo, no entanto, urge: o quadro da dengue no Brasil é muito preocupante. Em 2022, o país registrou recorde de mortes: 1.061. As taxas de contaminação continuam altas e devemos ter um 2023 ainda mais desastroso em número de óbitos. Pessoas de qualquer idade são passíveis de contrair a doença. Ela se agrava ainda mais em pessoas mais velhas com histórico de hipertensão e diabetes. A forma mais grave é a hemorrágica, comum quando a pessoa é infectada pela segunda vez.
Os cuidados contra a dengue também passam pela conscientização coletiva de todos nós. É importante evitar que haja acúmulo de água parada, onde o mosquito se reproduz. Os principais sintomas de quem se contamina são febre alta, dor no corpo e nas articulações, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele.
É preciso prevenir e estar bastante atento!